sexta-feira, 11 de setembro de 2015

PAPILLON - Henri Charrière

Primeiramente considerada uma obra autobiográfica escrita pelo próprio Henri Charrière e eleita como uma das melhores histórias de aventura já contadas. Acredita-se que através de estudos realizados recentemente as fugas e as aventuras
foram na verdade uma compilação feita por Charrière, das protagonizadas por seus conhecidos de prisão. Além disso, existe a versão de que o autor se apropriou da história de René Belbenoite.


Realizei a leitura em 1997 quando me preparava para prestar vestibular na UFSM para o curso de Farmácia (22 por vaga na época). A obra ajudou-me a organizar meus estudos, pois me identifiquei com o personagem em alguns aspectos. Tinha uma rotina de estudos que, salvo o horário de alimentação, observava uma hora de leitura e dez minutos de sono, permanecendo mais de dez horas em um quarto de pensão para estudar.Tudo era muito regrado, como se fosse realmente uma espécie de prisão. Ajudou-me muito também na época, meu companheiro de quarto, que já iniciava o curso de medicina e hoje, é médico radiologista de muito prestígio (Dr. Rômulo Tonon).

Segundo Charrière, este fora preso injustamente por assassinato, na França da década de trinta e posteriormente enviado para a Guiana Francesa. O início da história é um pouco arrastado, mas ajuda o leitor a entrar no clima, quando o apenado, em prisão provisória, caminha de um lado a outro na cela, pensando em sua situação.

Papillon era assim chamado devido a uma borboleta tatuada no peito. Havia várias prisões na Guiana Francesa, em várias ilhas da península. Papillon fez várias tentativas de fuga da prisão e a mais interessante foi quando alcançou uma colônia de leprosos. Acabou sendo preso novamente e aí foi levado para a Ilha do Diabo, da qual ninguém jamais
Ilha do Diabo - Guiana Francesa
havia escapado, tendo em vista os rochedos e as ondas investindo contra estes com fúria. 

Papillon virou um mito na Guiana, de tal forma que os guardas o respeitavam. Charrière chegou a ficar anos em uma solitária e acabou sobrevivendo por que recebia um coco de quando em quando, desviado por um guarda. Também comia baratas. Em cada fuga, sua pena sofria um acréscimo. Então o leitor começa a pensar que ele realmente nunca sairia de lá.

Considero este livro um daqueles que todos têm a obrigação de ler. O exemplar que li, da década de 70, tinha 850 páginas e quando o fim se aproximava eu só fazia lamentar, pois a história é muito boa, e nos faz torcer pelo personagem. Também há o filme de 1973 com  Steve McQueen e  Dustin Hoffman.


Papillon ficou preso entre 1931-1945, quando conseguiu escapar. Sua pena prescreveu em 1967 e o livro o fez milionário. Todavia, morreu pobre em 1973, entregue à bebida, e de câncer na garganta. 

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