Primeiramente considerada uma obra autobiográfica
escrita pelo próprio Henri Charrière e eleita
como uma das melhores histórias de aventura já contadas.
Acredita-se que através
de estudos realizados recentemente as fugas e as aventuras
foram na
verdade uma compilação feita por Charrière, das protagonizadas por seus
conhecidos de prisão. Além disso, existe a versão de que o autor se apropriou
da história de René Belbenoite.
Realizei a leitura em 1997 quando me preparava para prestar vestibular na UFSM para o
curso de Farmácia (22 por vaga na época). A obra ajudou-me
a organizar meus estudos, pois me identifiquei
com o personagem em alguns aspectos. Tinha uma rotina de estudos que, salvo o
horário de alimentação, observava uma hora de
leitura e dez minutos de sono, permanecendo mais
de dez horas em um quarto de pensão para estudar.Tudo
era muito regrado,
como se fosse realmente uma espécie de prisão. Ajudou-me muito também na época, meu
companheiro de quarto, que já iniciava o curso de medicina e hoje,
é médico radiologista de muito prestígio (Dr. Rômulo Tonon).
Segundo Charrière, este fora preso injustamente
por assassinato, na França da década de trinta e posteriormente enviado para a Guiana Francesa. O
início da história é um pouco arrastado, mas ajuda o leitor a entrar no clima, quando o apenado, em prisão provisória, caminha de um
lado a outro na cela, pensando em sua situação.
Papillon era assim chamado devido a uma borboleta tatuada
no peito. Havia várias prisões na Guiana
Francesa, em várias ilhas da península. Papillon fez
várias tentativas de fuga da prisão e a mais
interessante foi quando alcançou uma colônia de
leprosos. Acabou sendo preso novamente e aí foi levado
para a Ilha do Diabo, da qual ninguém jamais
havia escapado, tendo em vista os
rochedos e as ondas investindo contra estes com fúria.
Ilha do Diabo - Guiana Francesa |
Papillon virou um mito na Guiana, de tal forma que os guardas o respeitavam. Charrière
chegou a ficar anos em uma solitária e acabou sobrevivendo por que recebia um coco de quando em quando, desviado por um guarda. Também
comia baratas. Em cada fuga, sua pena sofria um
acréscimo. Então o leitor começa a pensar que ele realmente nunca sairia de lá.
Considero este
livro um daqueles que todos têm a obrigação de ler. O exemplar que li, da
década de 70, tinha 850 páginas e quando o fim se aproximava eu só fazia
lamentar, pois a história é muito boa, e nos faz torcer
pelo personagem. Também há o filme de 1973 com Steve McQueen e Dustin Hoffman.
Papillon ficou preso entre 1931-1945, quando
conseguiu escapar. Sua pena prescreveu em 1967 e o livro o fez milionário.
Todavia, morreu pobre em 1973, entregue à bebida, e de
câncer na garganta.
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