sexta-feira, 8 de julho de 2016

Por um fio - Drauzio Varella


Este livro foi um dos melhores que li. O autor é um infectologista e oncologista e por muito tempo trabalhou nas duas áreas. Fez cursos no exterior, pesquisa. Mas o que mais me impressionou no Drauzio foi sua humanidade com os pacientes terminais. Esta obra conta um pouco das histórias ao longo de sua profissão. Não vou contar o livro, mas três histórias interessantes, para que o leitor do blog possa julgar se deseja ler ou não. 

Primeiro.

Um senhor de 80 anos é diagnosticado com câncer e necessitaria de um procedimento que deixaria um orifício em sua traqueia para respirar. Ele prontamente disse que não passaria seus últimos dias desta maneira. Os médicos então o desenganaram. No entanto, o autor recomendou um procedimento experimental. Após o procedimento o paciente não só ficou melhor, como morreu com 88 anos, dormindo. 


Segundo.
Um senhor foi diagnosticado com câncer de pulmão. O cirurgião não quis retirar por que estava bastante atrelado aos vasos sanguíneos. A família pediu ao médico que não contasse para ele. Disseram então que era um fungo e começaram o tratamento. No fim de um dia de trabalho, Drauzio recebeu uma visita. Era o paciente. Ele disse para não contar à família que ele sabia que era câncer. Então ficou a família mentindo para ele e ele mentindo para a família. Após um ano, nas suas últimas horas, com a família ao seu lado, no oxigênio, o autor foi perguntar se estava confortável. Ele disse que sim, tirou a máscara e falou: eita fungo brabo doutor, e riu. Morreu pela manhã do outro dia. 

Terceiro.
Um paciente com HIV (tempo onde só existia o AZT) não respondia mais ao tratamento. Estava com infecções recorrentes no pulmão e provavelmente morreria em uma semana. Drauzio foi em um evento nos Estados Unidos onde encontrou o pesquisador que testava o novo coquetel de drogas para a doença. Pediu que incluísse
todos os pacientes dele e foi atendido. O paciente não só se recuperou como está vivo até hoje. 

Bom, são histórias interessantes, uma após a outra. 

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Meus Amigos.... Por Núbia Lermen



    Meus amigos!
    Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade sanidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 

    Meus amigos são todos assim:metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sér...ios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos, malas, nem pensar....que jamais colocam um ponto final na trajetória da vida, e sim, muitas vírgulas. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. 

    Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão muito imbecil. Quero amigos que não têm medo de viajar sozinhos, pois alçar voo é preciso. Quero amigos à frente de um batalhão de um só soldado e com a espada em punho, se acham o HE MAN. ( isto é para a geração mais experiente....) 

    Quero amigos que façam do Face uma rotina saudável e não um "castigo" como acontecia um tempo atrás aí na minha terrinha. E é por tudo isto, que estou de volta, sem pressa...pois já corri muito. Mas acima de tudo, quero viver e aproveitar todas....