Isaacson não precisa de muita apresentação. Ele fez a famosa
biografia de Steven Jobs, que eu não consegui terminar. O fato é que
Isaacson, em minha opinião, exagera em detalhes que muitas vezes fazem o leitor
desejar avançar manualmente o capítulo, coisa que abomino.
Mas esta biografia de Einstein eu gostei muito. Ela foi construída a
partir das cartas trocadas entre ele e as personalidades do meio científico da
época, na maioria futuros laureados com o prêmio Nobel, como Max Planck, como Niels
Bohr e Marie Curie. Também há cartas trocadas entre ele e sua mulher, Mileva
(que era manca), além de sua amante, Elsa.
Fiquei impressionado com a quantidade de cartas trocadas
diariamente. Certamente muito maior que os e-mails, que trocamos atualmente. E
mesmo quem não gosta de física (o que não é o meu caso), acaba por se render às
explicações do autor sobre as descobertas iniciais dessa mente prodigiosa.
Não
conseguindo emprego, foi trabalhar em uma empresa de patentes e em seu
escritório, em casa, fora de horário, escreveu os primeiros artigos sobre a
teoria da relatividade.
Neste livro aprendemos que Einstein era uma pessoa de vida
comum, com vida social agradável (adorava serões e jantares), com problemas
familiares (um filho Esquizofrênico, outra filha da qual não se tem notícia) e
sobretudo, uma história de amor, pela física e por sua prima Elsa. Isso desmistifica um pouco a vida desse grande cientista. Uma característica curiosa, ele era um grande questionador das autoridades, o que lhe rendeu problemas com seus professores.
Fato interessante, provavelmente pouco conhecido, é o caso de seu divórcio com Mileva. Para conseguir consentimento desta, ofereceu o dinheiro do prêmio
Nobel, mesmo sem tê-lo ainda não havia ganho. Quando contemplado, mandou prontamente o dinheiro para ela.
Em relação à religião, flertou com várias, mas acabou por
acreditar em um Deus com características que ele mesmo definiu. Assim, não era
ateu como se diz.
O livro também discorre sobre uma coisa um tanto quanto bizarra. Após sua morte
(aneurisma de aorta), seu cérebro foi retirado e repartido para estudo,
evidentemente sem consentimento. O que se descobriu? O cérebro normal de um senhor de 75 anos. Creio que sua genialidade é fruto de sua mente, não de sua neurofisiologia.
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